domingo, 1 de março de 2015

Mi Buenos Aires Querida - II

Fizemos vários itinerários caminhando para vermos os pontos turísticos mais famosos da capital portenha, quando as distâncias era grande fizemos uso do Subte (metrô), ou do taxi, que é relativamente barato se você esta em 2 ou mais pessoas.

Em uma das nossas incursões fomos conhecer o CAMINITO. O taxista nos deixou na entrada do Caminito, era uma segunda feira, 9 horas da manhã, tudo vazio, até fiquei decepcionado, olhei e pensei: Só isso? Acho que minha decepção estava mais ligada a primeira imagem. Um lugar vazio, pobre, mais parecido com as favelas brasileiras.




Bom, durou muito pouco, bastou caminhar e começar a perceber que ali estava cheio de vida, cores, aromas. Começamos a conversar com os locais, aos poucos os ônibus de turistas foram chegando e o local foi-se enchendo, sendo tomado por pessoas de todos os lugares do mundo. Alas, o Caminito se fazia.

Além de ter adorado o Caminito, o que me chamou mais a atenção foi encontrar uma Pedestrovia na esquina do Caminito com a Rua General Gregorio Araóz de Lamadrid. Nessa esquina do Caminito fizeram na interseção um traffic calming e ao longo da Rua General Gregorio fizeram a implantação de uma faixa segregada para bicicletas.

Interseção do Caminito com a Rua General Gregorio Araóz de Lamadrid


Ciclovia ou pedestrovia?

Como num click, um lampejo, me veio a solução das calçadas brasileiras. Aqui, bem no Caminito, que parecia que iria ser um passeio sem muita graça, veio o presente da minha viagem. Ali estava uma solução barata e eficaz para transformamos as cidades brasileiras.

O que mais me chamava a atenção em Buenos Aires eram as calçadas, largas, bem feitas, sem desníveis, ótimas para a caminhada. De repente encontro uma única calçada com degraus e vejo as pessoas caminhando na rua, na pedestrovia, ops!! ciclovia.

Lembrei-me imediatamente do prof. Enilson Santos da UFRN, que em uma de nossas conversas sobre como melhorar a mobilidade me alertava para a necessidade de avançarmos no leito carroçável se quiséssemos resolver os problemas das calçadas. E, ali no Caminito, se materializava nossa conversa.

Temos que ter coragem de mudar nossa abordagem para que os direitos sejam equivalentes entre pedestres, não motorizados e motorizados. Estes 100 anos de veículos automotores já nos massacraram o que tinham de nos massacrar. É hora de reclamarmos nossos espaços.


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