Mi Buenos Aires Querida
- II
Fizemos
vários itinerários caminhando para vermos os pontos turísticos mais famosos da
capital portenha, quando as distâncias era grande fizemos uso do Subte (metrô),
ou do taxi, que é relativamente barato se você esta em 2 ou mais pessoas.
Em uma das
nossas incursões fomos conhecer o CAMINITO. O taxista nos deixou
na entrada do Caminito, era uma segunda feira, 9 horas da manhã, tudo vazio,
até fiquei decepcionado, olhei e pensei: Só isso? Acho que minha decepção
estava mais ligada a primeira imagem. Um lugar vazio, pobre, mais parecido com
as favelas brasileiras.
Bom, durou
muito pouco, bastou caminhar e começar a perceber que ali estava cheio de vida,
cores, aromas. Começamos a conversar com os locais, aos poucos os ônibus de
turistas foram chegando e o local foi-se enchendo, sendo tomado por pessoas de
todos os lugares do mundo. Alas, o Caminito se fazia.
Além de ter adorado o Caminito, o que me
chamou mais a atenção foi encontrar uma Pedestrovia na esquina
do Caminito com a Rua General Gregorio Araóz de Lamadrid. Nessa esquina do
Caminito fizeram na interseção um traffic calming
e ao longo da Rua General Gregorio fizeram a implantação de uma faixa segregada
para bicicletas.
Interseção do
Caminito com a Rua General Gregorio Araóz de Lamadrid
Ciclovia ou
pedestrovia?
Como num
click, um lampejo, me veio a solução das calçadas brasileiras. Aqui, bem no
Caminito, que parecia que iria ser um passeio sem muita graça, veio o presente
da minha viagem. Ali estava uma
solução barata e eficaz para transformamos as cidades brasileiras.
O que mais
me chamava a atenção em Buenos Aires eram as calçadas, largas, bem feitas, sem
desníveis, ótimas para a caminhada. De repente encontro uma única calçada com
degraus e vejo as pessoas caminhando na rua, na pedestrovia, ops!! ciclovia.
Lembrei-me
imediatamente do prof. Enilson Santos da UFRN, que em uma de nossas conversas sobre
como melhorar a mobilidade me alertava para a necessidade de avançarmos no
leito carroçável se quiséssemos resolver os problemas das calçadas. E, ali no
Caminito, se materializava nossa conversa.
Temos que
ter coragem de mudar nossa abordagem para que os direitos sejam equivalentes
entre pedestres, não motorizados e motorizados. Estes 100 anos de veículos
automotores já nos massacraram o que tinham de nos massacrar. É hora de
reclamarmos nossos espaços.
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