Meu amigo Michel era um francês,
poliglota, maestro, músico e empresário, judeu que sobreviveu a matança e
chegou ao Brasil. Agradeço imensamente os momentos que estivemos juntos em
Curitiba.
Lá, na década de 80, Michel Butnariu,
pai de meu amigo homônimo, vizualizava o “car sharing”. Falava
com entusiasmo que no futuro não compraríamos carros, que poderíamos simplesmente
compartilhá-los. A idéia de Michel era de que voce pagaria uma mensalidade e
teria acesso a uma grande quantidade de carros espalhadas pelas cidades, estes
carros ficariam estocados em garagens estrategicamente espalhadas pelas cidades.
O assinante então iria a uma dessas garagens e pegaria um dos carros
estacionados, dirigiria pela cidade e pararia em uma outra garagem qualquer,
não necessitando dessa forma comprar um carro.
Vi o sistema de car
sharing funcionando em Roma.
Aqueles Smarts pintados com o lema CIAO
ROMA são o marketing em essência. Carros pequenos, estacionam em qualquer buraco,
vão ou brecha, não pagam nas zonas azuis, estão sempre limpos e com tanques
cheios (se você abstecê-los, ganha um bônus) enfim, pensado para compartilhar e
tirar um pouco de carros privados da rua. Na minha opinião, não resolvem os
problemas da mobilidade, apenas minimizam um pouco os congestionamentos e podem
reduzir os custos de propriedade sobre automóveis para aqueles que,
efetivamente, conhecem os custos incorridos na propriedade dos mesmos.
O funcionamento do CIA ROMA é simples. O associado aproxima
seu cartão do leitor colocado no parabrisa, digita o PIN e; abra-te ó sésamo, o
carro fica liberado para o assinante. Ai você dirige pela cidade, encontra um
estacionamento, põe em ponto morto, chave na posição 0, fecha a porta e, fim, o
carro está liberado para o próximo assinante.
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Se isso não bastasse, você pode ter um carro elétrico e usar
um ponto de abastecimento ou recarga. Os pontos de recarga estão espalhados
pela cidade.
Se não bastasse, você pode comprar um bilhete de ônibus e
acessar o metrô. O bilhete permite a integração entre os dois modos por 90
minutos.
Voce pode andar de bicicleta,
motos, caminhar, tudo feito para facilitar a vida do romano. Na década de 90,
quando estive em Roma, só me lembro das Vespas e da bagunça que era o trânsito.
Desisti de requerer minha cidadania italiana por achar que aquilo era tão
somente o Brasil com dinheiro, acho que errei. O
futuro chegou, lá....