segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

DEVEMOS LIMITAR AINDA MAIS AS VELOCIDADE NAS CIDADES

Enquanto algumas poucas (ainda) cidades no mundo vem se esforçando para diminuir a carnificina no trânsito, podemos ouvir a “antiga” classe autodominante vociferando contra as medidas que diminuem a velocidade nas cidades, instalam câmaras e sensores de vigilância etc..

Hoje São Paulo, como fizeram Londres, Paris, Nova Iorque (atrasadamente) dentre outras, diminui as velocidades em algumas ruas do centro da cidade para 40km/h.

A diminuição da velocidade é simbólica no centro de qualquer cidade, principalmente nas horas em que o comércio funciona, visto que os carros estão presos nos congestionamentos criados por eles mesmos. Mas a simples menção de que a velocidade será diminuída gera uma crítica acelerada e desgovernada, senão vejamos.

A velocidade média na hora do pico em Manhattan é cerca de 15 a 20km/h, faz décadas que é assim. O paulistano gasta em média 2h:45min no trânsito em média diariamente. Londres instituiu o pedágio urbano como tentativa de aliviar congestionamentos e por ai vai. E o que todas essas cidades tem em comum, trânsito lento.

Alguém sabiamente poderia perguntar, se esta tudo congestionado, por que então diminuir a velocidade para 30 ou 40km/h? A pergunta é pertinente, e merece ser respondida.

Velocidades médias são estimadas dividindo-se a distância percorrida pelo tempo necessário para cobri-la. Podemos realizar uma viagem em que a velocidade média tenha sido 25km/h, isso nos diz muito pouco ou quase nada sobre nossas velocidades instantâneas durante o trajeto. Considere velocidades instantâneas como uma medida única, observada a qualquer momento da viagem, como se tivéssemos um radar registrando todas as velocidades a todo o momento.

Quando observados os registros do radar teríamos diversas medidas, dentre elas as mais altas e as mais baixas. Suponhamos que a velocidade média da viagem tenha sido dos mesmos 25km/h, mas a mais elevada tenha sido de 70km/h e tenha sido atingida ao longo de um quarteirão. Imagine que o semáforo abriu, acelerou-se o carro, atingiu-se a velocidade final perto da próxima esquina, seguido de forte frenagem, pois o semáforo fechou-se novamente e, numa sucessão de quarteirões, essa cena se repetisse diversas vezes ao longo do trajeto, ou seja, a cada quarteirão ou trecho andado uma clareira onde fosse possível acelerar fortemente seguido de algum bloqueio, semáforo fechado ou o próprio tráfego.

No compito geral de distância percorrida e tempo gasto para percorrê-la em trânsito urbano, pouco ou quase de nada adianta acelerar por demais em pequenos trechos, pouquíssimo tempo poderá ser reduzido do tempo total da viagem. Todas a acelerações realizadas na tentativa de se diminuir o mínimo tempo serão em função da colocação em risco de vias humanas que transitam pela cidade.


Haverá ainda quem argumente que maiores velocidade economizariam combustível. Grandes acelerações não contribuem em nada para a economia de combustível, pelo contrário, reduzem-nas ainda mais. Ademais, quem assim se preocupa com o ambiente, deveria deixar o carro em casa, ou não tê-lo, pois o automóvel é o meio mais perdulário de se consumir energia inventado pelo homem, pois tem-se que, ao se deslocar, consumir energia extra para se levar junto uma tonelada de aço, plástico, alumínio e borrachas.

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