segunda-feira, 13 de outubro de 2014

ROMA MUDOU

Estive em Roma – Itália, no início da década de 90, fiquei impressionado com a loucura daquela cidade. As motos, ou melhor, as Vespas estavam por todos os lados, nunca havia visto tantas motos em uma cidade. Fiquei fascinado pela efervescência, pelas italianas lindíssimas, um luxo.

Voltei uns cinco anos depois. Havia acabado de cruzar a França de Oeste para Leste e quando cheguei novamente em Roma, tudo que eu queira era não estar de carro, na minha mente o trânsito era uma zona, me lembrava das motos e sabia que iria ter de tomar muito cuidado para não mandar um romano vespeiro para o solo. Bom, dirigi com muito cuidado nos primeiros minutos, muito cauteloso mesmo, depois entrei no clima e dirigi com todos os romanos.

Vinte anos depois volto a Roma de carro via Nápolis, chego na cidade e deixo as meninas em casa e vou ao aeroporto devolver o carro à locadora, confesso que sabia que o carro seria um estorvo e não quis ficar nem 10 minutos a mais com aquele que me serviu muito bem para cruzar a Itália de Norte a Sul, Leste a Oeste. Mas em Roma, não queria um carro de jeito nenhum.

Alugamos uma casa perto de uma estação de metrô (Furio Camillo) assim seria fácil para se deslocar pela cidade. Além do metrô havia diversos pontos de ônibus nas quadras adjacentes ao apartamento. A conjugação metrô + ônibus seria mais que suficiente para nos deslocarmos pela Cidade Eterna.

Dos ônibus me lembrava que pouquíssimos romanos pagavam passagem. Vinte anos atrás, você comprava o ticket na tabacaria ou numa loja qualquer e entrava no ônibus por qualquer uma das 3 portas, dentro haviam diversos validadores e o próprio passageiro se dirigia a uma dessa validadoras e validava seu ticket. Eu ficava observando as pessoas que entravam no ônibus, raríssimas validavam. Fiquei curioso e perguntei para um camarada o que aconteceria caso não se validasse o bilhete. A explicação foi de que o gaiato que fosse pego teria de pagar uma multa salgadíssima, além de levar um sabão, uma descompostura, um esporro, melhor dizendo. Pelo jeito o crime compensava.


Na minha primeira viagem, no metrô, quando ia saindo da estação, fui interpelado por um fiscal que queria ver meu ticket. Achei muito estranho, piquei pensando que, talvez eu teria de pagar a diferença, visto que eu havia pego o trem na Termini e talvez a cobrança fosse pela distância, sei lá. O Fiscal olhou, conferiu e me devolveu o ticket, perguntei o por que daquela atitude, me disse que era somente rotina. Roma mudou.

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