ROMA MUDOU
Estive em Roma – Itália, no início da década de 90, fiquei
impressionado com a loucura daquela cidade. As motos, ou melhor, as Vespas
estavam por todos os lados, nunca havia visto tantas motos em uma cidade.
Fiquei fascinado pela efervescência, pelas italianas lindíssimas, um luxo.
Voltei uns cinco anos depois. Havia acabado de cruzar a
França de Oeste para Leste e quando cheguei novamente em Roma, tudo que eu queira
era não estar de carro, na minha mente o trânsito era uma zona, me lembrava das
motos e sabia que iria ter de tomar muito cuidado para não mandar um romano vespeiro
para o solo. Bom, dirigi com muito cuidado nos primeiros minutos, muito cauteloso
mesmo, depois entrei no clima e dirigi com todos os romanos.
Vinte anos depois volto a Roma de carro via Nápolis, chego
na cidade e deixo as meninas em casa e vou ao aeroporto devolver o carro à
locadora, confesso que sabia que o carro seria um estorvo e não quis ficar nem 10
minutos a mais com aquele que me serviu muito bem para cruzar a Itália de Norte
a Sul, Leste a Oeste. Mas em Roma, não queria um carro de jeito nenhum.
Alugamos uma casa perto de uma estação de metrô (Furio
Camillo) assim seria fácil para se deslocar pela cidade. Além do metrô
havia diversos pontos de ônibus nas quadras adjacentes ao apartamento. A
conjugação metrô + ônibus seria mais que suficiente para nos deslocarmos pela
Cidade Eterna.
Dos ônibus me lembrava que pouquíssimos romanos pagavam
passagem. Vinte anos atrás, você comprava o ticket na tabacaria ou numa loja
qualquer e entrava no ônibus por qualquer uma das 3 portas, dentro haviam
diversos validadores e o próprio passageiro se dirigia a uma dessa validadoras
e validava seu ticket. Eu ficava observando as pessoas que entravam no ônibus,
raríssimas validavam. Fiquei curioso e perguntei para um camarada o que
aconteceria caso não se validasse o bilhete. A explicação foi de que o gaiato
que fosse pego teria de pagar uma multa salgadíssima, além de levar um sabão,
uma descompostura, um esporro, melhor dizendo. Pelo jeito o crime compensava.
Na minha primeira viagem, no metrô, quando ia saindo da
estação, fui interpelado por um fiscal que queria ver meu ticket. Achei muito
estranho, piquei pensando que, talvez eu teria de pagar a diferença, visto que
eu havia pego o trem na Termini e talvez a cobrança fosse pela distância, sei
lá. O Fiscal olhou, conferiu e me devolveu o ticket, perguntei o por que daquela
atitude, me disse que era somente rotina. Roma mudou.
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