sexta-feira, 8 de novembro de 2013


As calçadas portuguesas
Quando nossos patrícios cá chegaram não encontraram uma só calçada, era tudo mato, bicho para tudo quanto é lado. Naquela época os proprietários estavam obrigados a limpar a frente de suas casas aos domingos para que as pessoas pudessem ir a igreja sem encontrar cobras, aranhas etc.
O costume de cuidar da calçada em frente ao lote ficou enraizado no conceito brasileiro, nossa legislação, com raríssimas exceções, confirmou a obrigatoriedade do proprietário da manutenção do passeio. Talvez este tenha sido nosso grande erro.
Imaginem se cada proprietário tivesse que zelar pelo belo e lindo asfalto na frente de sua casa? Como será que ficaria o pavimento? Fulano mandou asfaltar hoje, sicrano viajou e nunca mandou asfaltar, beltrano há anos não manda recapear. Conclusão, se o asfalto tivesse a mesma lógica de construção e manutenção de nossas calçadas, teríamos ruas iguais ou em piores condições que as nossas calçadas, visto que o poder destrutivo de carros e caminhões no pavimento é infinitamente maior que a nossa massa corporal.
O brasileiro, ao contrário do português, não conseguiu dar o salto de qualidade na mobilidade urbana no principal meio de transporte: a caminhada.
Nossa história mostra que no começo tentamos copiar as calçadas portuguesa, basta olhar o calçadão de Copacabana, maravilhoso por sinal. Mas, as calçadas portuguesas, ah!!. Com certeza são maravilhosas.



As calçadas portuguesas literalmente invadem os espaços destinado ao deus carro e seus tentáculos permitem que os seres humanos desfrutem lugares maravilhosos, como a Rua Augusta em Lisboa, fechado para carro e aberta para a vida.



Em vários pontos de Lisboa as calçadas continuam soberanas e não se curvam aos carros.

Em frente as maravilhosas igrejas portuguesas, um traffic calming para proteção e deleite dos fiéis admiradores da cidade humana.

As vezes nem é preciso reformar as calçadas, basta limitar o acesso dos veículos motores aos residentes.

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